Como interpretar o Tromboelastograma?

O tromboelastograma ajuda na diferenciação das diversas causas de coagulopatia. Quais os principais parâmetros a serem avaliados e qual conduta tomar?

O tromboelastograma é um teste de monitorização viscoelástica dinâmico que ajuda na diferenciação das diversas causas de coagulopatia. Embora ainda pouco disponível, trata-se de uma ferramenta muito útil no paciente com choque hemorrágico.



Parâmetros do Tromboelastograma

Tromboelastograma

Clotting Time (CT)

Representa o tempo necessário para que os elementos da cascata de coagulação iniciem a coagulação propriamente dita. Quando prolongado, há redução dos fatores de coagulação (CIVD, por exemplo) e o paciente se beneficia da infusão de Plasma Fresco Congelado.

Clotting Formation Time (CFT)

Dado início à coagulação, o CFT representa o tempo para a formação de um tamanho pré-definido de coágulo (polimerização da fibrina). Quando prolongado, pode haver um déficit de fibrinogênio ou mesmo intensificação da fibrinólise. Nesses casos, o paciente pode se benificiar da infusão de crioprecipitados ou de fibrinogênio.

Ângulo alfa (alfa)

O ângulo alfa representa a velocidade com que ocorre a polimerização da fibrina. Quanto menor ou mais agudo, maior a hipocoagulabilidade. Quanto maior ou mais obtuso, tende-se à hipercoagulabilodade. Seguindo a ideia do CFT acima, nos casos de hipocoagulabilidade, o paciente também pode se benificiar de crioprecipitados ou de fibrinogênio.

Maximum Clot Firmness (MCF)

Representa a firmeza do coágulo. Quanto maior a amplitude, maior será a firmeza e a tendência à hipercoagulabilodade. Está associado à qualidade e/ou quantidade plaquetária. Por esse motivo, se a amplitude estiver baixa, o paciente pode se beneficiar da transfusão de plaquetas.

Maximum Lysis (ML)

Mede a lise tumoral após 30 minutos. Quanto menor a amplitude da curva nesse tempo, maior é a fibrinólise. Se a amplitude do coágulo estiver baixa, temos uma fibrinólise intensificada. Assim, o paciente se beneficiária de agentes antifibrinolíticos, como o Ácido Tranexâmico. Sobre esse assunto, confira o artigo Como usar o Ácido Tranexâmico (Transamin) no Trauma?


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João Elias

João Elias

Médico pela Universidade Federal de Goiás. Cirurgião pelo Hospital Alberto Rassi. Residente de Cirurgia de Cabeça e Pescoço no Hospital do Câncer Araújo Jorge. Ilustrador Médico com foco em Anatomia e Cirurgia. Fundador e mantenedor do Café Cirúrgico.

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