Vamos fechar a pele com esse Nylon 4-0! Os fios inabsorvíveis são amplamente utilizados nas mais variadas modalidades cirúrgicas. Seda, Nylon, Prolene, PTFE, Mersilene, Novafil, Assuplus e os modernos Fiberwire e PremiCron são alguns exemplos disponíveis no mercado.
Tabela dos Fios Cirúrgicos Inabsorvíveis:
Fios Inabsorvíveis | Características |
---|---|
Seda (Sofsilk, Mersilk) | Natural Multifilamento trançado |
Poliamida ou Nylon (Ethilon, Dermalon) | Sintético Monofilamentar |
Polipropileno (Surgipro, Prolene) | Sintético Monofilamentar |
Poliéster (Dacron, Mersilene) | Sintético Multifilamentar |
Politetrafluoroetileno (PTFE) | Sintético Monofilamentar |
Polibutester (Novafil) | Sintético Monofilamentar |
Poliuretano (AssuplusVR) | Sintético Monofilamentar |
Aço Inoxidável Cirúrgico (Aciflex) | Sintético Mono ou multifilamentar |
FiberWire | Sintético, misto Multifilamentar revestido |
PremiCron | Sintético Multifilamentar |
Seda (Sofsilk, Mersilk)
Multifilamento trançado fácil de manusear. Um dos poucos fios cirúrgicos naturais inabsorvíveis. É composto por fibras proteicas naturais produzidas pelo bicho da seda. Por ser orgânico e multifilamentar, está relacionado a maior reação tecidual e a maior risco infeccioso. Por isso, deve ser evitado em feridas infeccionadas.
Poliamida ou Nylon (Ethilon, Dermalon)
São fios monofilamentares com elevada força tênsil, compostos por uma cadeia longa de polímeros alifáticos. Devido a alta memória, são necessários três a quatro nós para manter a segurança. Ao contrário do que se pensava, o Nylon não é totalmente inerte. Por meio de hidrólise, perde de 15 a 20% da força tênsil por ano.
Polipropileno (Surgipro, Prolene)
Outro fio monofilamentar de elevada força tênsil e elasticidade, mas que possui maior flexibilidade. Desperta pouca reação inflamatória e provoca pouco traumatismo de arrastamento. Pode ser usado mesmo na presença de infecção. É um fio amplamente utilizado em anastomoses vasculares, anastomoses de tendões e suturas da parede abdominal.
Poliéster (Dacron, Mersilene)
Foi o primeiro fio sintético não absorvivel a ser produzido. É um fio multifilamentar, polímero de éster resultante da combinação do etilenglicol com o ácido tereftálico. Possui força tênsil elevada e constante associado a alto coeficiente de atrito. Possui reação tecidual maior que os demais fios e deve ser evidado em feridas infeccionadas. Apesar de ser inabsorvível, perde sua força tênsil entre um e dois anos.
Politetrafluoroetileno (PTFE)
É um monofilamento bastante usado em cirurgias plásticas, especialmente facial. Possui baixa reação tecidual
Polibutester (Novafil)
Monofilamento, copolímero de tereftalato de butilenos e glicol de éter de politetrametileno. Apresenta elevada força tênsil, pouco atrito. Devido sua alta elasticidade, permite adaptação tecidual à tensão e está relacionado à menor incidência de cicatriz hipertrófica. Uma das indicações são as anastomoses vasculares.
Poliuretano (Assuplus)
Fio monofilamentar sintético, polímero de poliuretano poliéter. Possui alta resistência, boa suavidade, maciez e elasticidade, sendo um fio com indicações para cirurgia plástica.
Aço Inoxidável Cirúrgico (Aciflex)
Mono ou multifilamentares sintéticos, com alta resistência, escassa flexibilidade e, portanto, de difícil manuseio. Ao contrário do que imaginamos, o aço não é tão inerte quanto os outros fios. A corrosão ou eletrólise são reações lentas que podem estar relacionadas ao índice de infecção relativamente alto desses fios. São fios bastante utilizados nas esternorrafias e nas cirurgias ortopédicas.
FiberWire
FiberWire é um fio cirúrgico formado por multifilamentos de polietileno revestido com poliéster trançado. É o primeiro fio a com revestimento de colágeno, o que reduz a quebra do fio durante a sutura. Devido sua alta resistência e confiabilidade, possui boa aplicação nas cirurgias por artroscopia.
PremiCron
Trata-se de um multifilamento sintético, trançado. É formado por fibras de poliéster revestidas com silicone, o que o deixa mais maleável e menos traumático que os demais fios. Possui utilidade em cirurgias cardíacas e ortopédicas.
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Esse texto foi baseado nos seguintes artigos:
- Dennis C, Sethu S, Nayak S, Mohan L, Morsi YY, Manivasagam G. Suture materials – Current and emerging trends. J Biomed Mater Res Part A. 2016;104(6):1544-1559.
- Medeiros AC, Araújo-Filho I, Carvalho MDF de. Fios de sutura. J Surg Clin Res. 2017;7(2):74.
- Mónica B, Rosário G, Ana Paula M, Alda C. Princípios básicos em Cirurgia: Fios de Sutura. Acta Med Port. 2011;24(S4):1051-1056.