Novas Tecnologias Cirúrgicas: Vamos nos remodelar ou não?

Como a inovação e as novas tecnologias cirúrgicas mudaram e estão mudando o rumo da medicina? Nós, cirurgiões, devemos aderir à essas novidades?

Antes de comentar sobre as novas tecnologias cirúrgicas, vamos começar pelo passado. Desde o início, nós humanos passamos a intervir no corpo em busca de melhorias na qualidade e no tempo de vida. Procedimentos foram criados para curar doenças outrora sem cura imaginável. Eis que surge a medicina e consigo a cirurgia.



Os cirurgiões barbeiros ficaram marcados pelas atrocidades. William Morton, pelo advento da anestesia que permitiu a cirurgia pacífica de John Warren. Ignaz Semmelweiss e Louis Pasteur pela antissepsia e pela descoberta dos germes, respectivamente. Desde então, várias técnicas cirúrgicas foram desenvolvidas. Os epônimos e suas histórias, não é mesmo?

A medicina praticada nas guerras também impulsionou o desenvolvimento de novas táticas e técnicas. A comunicação, os antibióticos e as cirurgias de trauma foram apenas alguns dos avanços observados.

Novas Tecnologias Cirúrgicas - Vamos nos remodelar ou não?

Novas Tecnologias Cirúrgicas: E agora? Como ficamos?

Estamos em dias de cirurgias minimamente invasivas. Cirurgia robótica, inteligência artificial, impressão de tecidos, caneta do câncer, data science… São todos termos que se tornaram mais comuns do que nunca! Será que John Warren imaginava que em 2023 nós estaríamos cogitando cirurgias à distância, comandadas por um cirurgião e executadas por um dispositivo mecatrônico? Certamente não.

Daí, a frase do Atul Gawande:

À medida que a tecnologia muda a cirurgia, somos forçados a perguntar quem somos e decidir se estamos dispostos a nos remodelar ou não.

Atul Gawande

Veja também esses textos:

Vamos nos remodelar ou não?

Precisamos de objetividade e bom senso. Todas essas novas tecnologias prometem, direta ou indiretamente, algum benefício em prol do paciente:

  • Redução das complicações;
  • Redução da REMIT;
  • Encurtamento do tempo cirúrgico;
  • Minimização da perda sanguínea;
  • Menor curva de aprendizado.

Os fatores envolvidos em cada uma dessas tecnologias cirúrgicas, desde o acesso até o real benefício, devem ser alvo de um olhar crítico e construtivo por parte do cirurgião.

Ao pesquisar para escrever esse texto, percebi que o foco está (e sempre deve estar) no paciente. A criatividade e a inovação devem ser estimuladas para o aperfeiçoamento das tecnologias cirúrgicas. Estudos devem ser realizados de forma criteriosa para traduzir boa reprodutividade. Ações devem ser tomadas para que o acesso às boas tecnologias cirúrgicas seja global!

Na história, vimos vários pontos de virada, verdadeiras descobertas que mudaram o rumo da conduta cirúrgica. Certamente estamos vivendo de forma simultânea diversos pontos de virada em potencial.

Os cirurgiões são a vanguarda da cirurgia!

Se for para o bem do paciente, vamos nos remodelar!


Veja esse editorial:



João Elias

João Elias

Médico pela Universidade Federal de Goiás. Cirurgião pelo Hospital Alberto Rassi. Residente de Cirurgia de Cabeça e Pescoço no Hospital do Câncer Araújo Jorge. Ilustrador Médico com foco em Anatomia e Cirurgia. Fundador e mantenedor do Café Cirúrgico.

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