Os Tumores da Cavidade Nasal e os Tumores dos Seios Paranasais são raros, não ultrapassando a inciência de 1 para cada 100.000 pessoas por ano. Os carcinomas espinocelulares representam a histologia mais frequente.
Os exames endoscópicos e os exames de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética) são fundamentais para avaliar a extensão do tumor e planejar a abordagem cirúrgica. Veja nesse texto como classificar esses tumores de acordo com o TNM 8a Edição.
TNM para os Tumores da Cavidade Nasal e dos Seios Paranasais
T (Tumor Primário)
Avaliado por exame físico e por exames de imagem.
Seio maxilar
Tx . Tumor primário não pode ser avaliado
Tis . Carcinoma in situ
T1 . Tumor limitado à mucosa do seio maxilar sem erosão ou destruição óssea
T2 . Tumor causando erosão ou destruição óssea, incluindo extensão para o palato duro e/ou meato nasal médio, SEM extensão para a parede posterior do seio maxilar e lâminas pterigóides
T3 . Tumor invade qualquer um dos seguintes: osso da parede posterior do seio maxilar, tecidos subcutâneos, assoalho ou parede medial da órbita, fossa pterigoide, seios etmoidais
T4 . Doença local moderadamente avançada ou muito avançada
T4a . Doença local moderadamente avançada – Tumor invade o conteúdo orbitário anterior, pele da bochecha, placas pterigóides, fossa infratemporal, placa cribriforme, seios esfenoidais ou frontais
T4b . Doença local muito avançada – Tumor invade qualquer um dos seguintes: ápice orbital, dura-máter, cérebro, fossa craniana média, nervos cranianos que não sejam a divisão maxilar da verve trigeminal (V2), nasofaringe ou clivus
Cavidade nasal e seio etmoidal
Tx . Tumor primário não pode ser avaliado
Tis . Carcinoma in situ
T1 . Tumor restrito a qualquer subsítio, com ou sem invasão óssea
T2 . Tumor invadindo dois subsítios em uma única região ou estendendo-se para envolver uma região adjacente dentro do complexo nasoetmoidal, com ou sem invasão óssea
T3 . O tumor se estende para invadir a parede medial ou assoalho da órbita, seio maxilar, palato ou placa cribiforme
T4 . Doença local moderadamente avançada ou muito avançada
T4a . Doença local moderadamente avançada – Tumor invade qualquer um dos seguintes: conteúdo orbitário anterior, pele do nariz ou bochecha, extensão mínima para a fossa craniana anterior, placas pterigóides, seios esfenóides ou frontais
T4b . Doença local muito avançada Tumor – invade qualquer um dos seguintes: ápice orbital, dura-máter, cérebro, fossa craniana média, nervos cranianos exceto (V2), nasofaringe ou clivus
N (Linfonodos Regionais)
Avaliado por exame físico e por exames de imagem.
Nx . Os gânglios linfáticos regionais não podem ser avaliados
N0 . Sem metástase linfonodal regional
N1 . Metástase em um único linfonodo ipsilateral, ≤3 cm em sua maior dimensão, sem extensão extranodal
N2 . Metástase em um único linfonodo ipsilateral >3 cm <6 cm e sem extensão extranodal ou Metástases em múltiplos linfonodos ipsilaterais <6 cm e sem extensão extranodal ou Em linfonodos bilaterais ou contralaterais, <6 cm e sem extensão extranodal
N2a . Único nódulo ipsilateral, >3 cm <6 cm e sem extensão extranodal
N2b . Múltiplos linfonodos ipsilaterais, <6 cm e sem extensão extranodal
N2c . Linfonodos bilaterais ou contralaterais, <6 cm e sem extensão extranodal
N3 . Linfonodo >6 cm e sem extensão extranodal ou qualquer nódulo(s) com extensão extranodal clinicamente evidente
N3a . Linfonodo >6 cm e sem extensão extranodal
N3b . Qualquer nódulo(s) COM extensão extranodal clinicamente evidente
NOTA: Uma designação de “U” ou “L” pode ser usada para qualquer categoria N para indicar metástase acima da borda inferior da cricoide (U) ou abaixo da borda inferior da cricoide (L).
M (Metástase à distância)
Avaliado por exame físico e por exames de imagem.
M0 . Sem metástase distante
M1 . Metástase à distância
Grupos de Estadiamento Clínico!
Tumor Primário | Linfonodos Regionais | Metástase à distância | Grupo de Estádio |
---|---|---|---|
Tis | N0 | M0 | 0 |
T1 | N0 | M0 | I |
T2 | N0 | M0 | II |
T3 | N0 | M0 | III |
T1, T2, T3 | N1 | M0 | III |
T1, T2, T3 | N2 | M0 | IVA |
T4a | N0, N1, N2 | M0 | IVA |
T4b | Qualquer N | M0 | IVB |
Qualquer T | N3 | M0 | IVB |
Qualquer T | Qualquer N | M1 | IVC |
Qual o prognóstico dos pacientes com Câncer de Cavidade Nasal e de Seios Paranasais?
De acordo com a Sociedade Canadense de Câncer, os tumores que ainda estão restritos à cavidade nasal ou aos seios paranasais (Estadios I e II), possuem taxa de sobrevida relativa em 5 anos estimada em 85%. Os que invadem tecidos próximos ou linfonodos (Estadio III) possuem sobrevida relativa em 5 anos estimada em 50%. Já os tumores com metástase a distância (Estadio IVc) possuem sobrevida relativa em 5 anos estimada em 44%.
Veja o gráfico abaixo que mostra a sobrevida em 5 anos de pacientes com carcinoma escamoso de seio maxilar:
Aprenda mais com essas referências
Brierley J, Gospodarowicz MK, Wittekind C. TNM Classification of Malignant Tumours. Eighth edition. John Wiley & Sons, Inc; 2017. Essa é a versão original o TNM, atualizada de tempos em tempos.
Brierley J, Asamura H, Eycken E van, Rous BA, Union for International Cancer Control. TNM Atlas: Illustrated Guide to the TNM Classification of Malignant Tumours. Seventh edition. Wiley-Blackwell; 2020. Esse é um atlas original com ilustrações claras e objetivas que ajudam no entendimento dessas classificações.
World Health Organization. International Agency for Research on Cancer (IARC), Cancer Today. Global Cancer Observatory.
Encontre a Classificação TNM de outros tumores aqui! Montamos uma página aqui no site para rápida consulta dos principais estadiamentos.